Lua
Lua...
Trôpega, ela vai rastreando os espaços escondidos. Enlameada de tanto amor, tanto fez como tanto faz, sabendo-se perdida no escuro em que se encontrou. Vira-se ao mundo como se vira pra dentro, e nada enxerga de visível, ela, que sabe conversar com o vento. Mais do que ondas de cabelos, ela se banha nos perfumes cintilantes da existência alheia, e no seu próprio perfume se vê submersa. Deleites de vinhos e sexos, e umidades estonteantes. Ela continua trôpega no seu chão de mercúrio. E se banha no líquido prateado e misterioso, liquido que não é líquido, sólido que não é sólido. E bebe mais desse líquido fabuloso, na impregnação pura dos que amam loucamente.E segue assim, sublimando as multidões, tão porosa e tão profunda, e segue assim, atravessada de sensações, tão melancólicas e tão singelas.E sobe mais, liberando as vibrações, dos corpos que sentem mais do que a noite. E chama ela, um pouco de atenção, pra essa luz amarela, redonda e selvagem, bem na minha escuridão.
Allana Moreira e Silva
1 Comments:
O melhor de tudo é a foto! ;]
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