As Ondas
Vendo por sobre o horizonte, ela se alegra e sorri,piscando levemente os olhos ofuscados...e pensa como seria bom ser o horizonte.Esquece de si por alguns segundos e sente-se bem, balançando as pernas despreocupadas e os dedinhos apalpando o vento.Lambe os lábios e neles o gosto do sal. O gosto do mar que é a sua própra boca. Alisa os seios e aperta-os. Aperta todo, de mão cheia e aperta o próprio corpo, sentindo toda areia, toda praia, toda mole. Ao sussuro do vento que passa, vê-se espalhada pelo espaço, levitando suas partículas. E sente a língua poderosa daquele que conhece o seu corpo, e pensa ser tomada por pequenas ondas de água quente, deslizando sobre a pele, umedecendo e acalmando suas partículas revoltas. E mergulha na espuma doce do seu líquido, do pequeno mar lânguido de um homem excitado, tremulando vagamente suas espumas sobre as pedras. Mar revolto, agitado, inundando a praia solitária. E ela respira de amor, inundada pelo líquido macio entre as pernas, escorrendo e pingando na vazante. Seca lentamente, crispando sob o sol.
Allana Moreira e Silva
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